quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fui falar de amor..

quando eu falava de amor
falava sempre do meu
de uma mulher, uma paixão
ou de algo que aconteceu.
e aí ninguém entendia
o que eu dizia à caneta
e aquele amor parecia
coisa de outro planeta.

Que  coração inocente
Que ainda não percebera
Que amor é uma coisa da gente
Que só uma pessoa entende
Que é aquela que o sente.

pra escrever de amor
tem que dizer do amor total
de uma forma imparcial
como ele é no geral
e o que todo
ou quase todo
tem de igual

aquele aperto no coração
que não é no coração
geralmente é na barriga
e o coração acelera,
não aperta.
amor é quando suas respostas
nunca parecem a certa
ou quando todas as suas perguntas
parecem estar respondidas
amor é aquilo que abre
ou sara as feridas
amor é a convicção
de quem se anima ou lamenta
é aquela liberdade
que te acorrenta
amor é contradição
é dizer sim querendo dizer não
e dizer não sem saber o que dizer
é estar tão certo
de não saber o que fazer
é ir ao fundo
sem sair do lugar
ganhar o mundo
em te observar
é ser  tocado
apenas com seu olhar
sentir seus beijos
ainda no meu paladar
é ir e talvez não voltar

é falar de si mesmo,  de como é pra você
é evidente
falar só do amor
não seria suficiente.

amor é contradição.

3 comentários:

  1. Pedro, meu filho querido,
    Tua poesia te revela, te desnuda
    Te entrega da alma a entranha
    Ao teu espírito dá forma completa
    Nos grita que o jovem contido
    Lagarta em plena muda
    Prepara-se para a façanha
    De transformar-se em poeta.

    Em teu peito a vocação e o talento
    De dar sentido a este mundo
    Pelo dom da alquimia fecunda
    De verter em versos o desalento
    E de em versos mostrar num segundo
    Que até a mais profunda ferida
    Tocada por teus poemas
    Tem logo a dor esquecida.

    Um beijo, meu doce filho, em teu poeta coração. Eis aí, nobre Pedro, nas letras, nas rimas e no sentimento, tua verdadeira vocação.

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  2. não só lí com os olhos como senti com o coração. De tudo que você já escreveu esse foi o único que me fez sentir um frio na barriga.
    Parabéns, tu é campeão

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  3. porra primo, cada vez que eu venho aqui no blog fico mais passado...
    Teus escritos tão coisa fina, que dá vontade de ler, em voz alta (eu fiz isso hoje), só pra ver como soa. É que tua poesia é tão nova e já extrapola o papel, na verdade nem papel ainda, a tela (velho vício - ou vício dos velhos, de achar que literatura é coisa de papel), mas extrapola. Por falar nisso quero ler esses no papel! Num demora e nóiz tem que agitar uma coletânea desse blog num livrinho ;).
    Impressionante mas você já tem até um estilo. Super ingênuo, otimista, bem disposto, fresco, iluminado - jovem. Tua poesia tem a tua cara. Duma risada gostosa, sacana, despretensiosa, que às vezes surpreende com uma tirada de tamanha perspicácia... mas porquê ser surpreendido? na verdade o que sua poesia fala é bem isso, ensina pra gente - como você vai ensinar com a sua vida - que alegria, descontração, humildade e leveza, andando juntinho com seriedade, compromisso, riqueza de espírito e conteúdo, não é nenhuma incoerência ou incongruência ou contradição.
    Sou seu fã!
    Lá do meio mesmo de toda a fraqueza de teus versos, onde nem bem eu mesmo sei entender, mas sei que há ainda muito trabalho a ser feito pra te chamar de grande poeta, mas lá do meio mesmo dá pra se enxergar toda essa força e grandeza. Do homem que você é, das idéias que você tem, mas principalmente do que você não tem, do que você doa; e que é você mesmo. Sua poesia nasceu pra ser grande porque nela se vê, direitinho, que você não tem medo de mostrar; de mostrar que grande você só tem o tamanho, dos seus braços, pernas e pés, e que tamanho de coração!!!
    Tô aqui contigo primo. Pra te ensinar o que eu puder e tu quiser aprender. E pra apreender de você o máximo, de tuas palavras, de tua vida, de tua companhia. É nóiz!
    Fico feliz demais com isso.

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