Ela odiava essa época do ano em que cada dia que você acorda está mais frio e mais feio. Nesses dias ela não gostava de sair da cama. Mas isso só acontecia uma vez por semana, no domingo, que era seu dia de folga. O dia trinta de julho de dois mil e nove não era domingo. Era uma quinta-feira. O despertador tocou no criado mudo. Pareceu que o som que a despertava todas as manhãs estava excepcionalmente mais irritante. Ela desejou ter mais cinco minutos para ficar debaixo dos cobertores, mas ela não tinha. Espreguiçou-se esticando ao máximo seu corpo, da ponta dos pés à ponta das mãos. Descobriu-se e levantou num pulo só. Sentiu o frio do dia em seus braços e pernas que o pijama não cobria. Todo seu corpo se arrepiou e ela chegou a murmurar alguma coisa. Foi para o banheiro e sentou-se para fazer xixi. Ao sentir o assento gelado arrepiou-se novamente. Caminhou até a cozinha e colocou a água do café para ferver no fogão. Gastou três fósforos pra isso. Enquanto a água esquentava voltou para o banheiro. Ao se deparar com o espelho não se reconheceu. Seu cabelo estava bagunçado, suas olheiras lhe conferiam um ar de cansada e para piorar a situação, uma espinha daquelas amarelas tinha surgido bem no meio de sua testa. Ela que nunca fora gorda, nem perto disso, se olhou de lado no espelho para avaliar a silhueta de seu corpo. Também não gostou do que viu. Lavou o rosto e fez tudo o que precisava no banheiro sem olhar mais para o espelho. Foi vestir seu uniforme de trabalho. Enquanto colocava a calça que ela achou estar apertada, pensava em como estava gorda e no que poderia fazer a respeito. Só parou de pensar nisso quando começou a pensar em quanto odiava aquele uniforme. Lembrou que quando trabalhava naquela loja do shopping não precisava usar uniforme nenhum. Tudo conspirava para que seu dia fosse ruim. O apartamento era pequeno o suficiente para se ouvir do quarto a água borbulhando na cozinha. Foi até lá e no caminho deu três batidas rápidas na porta que ficava a esquerda no corredor. O tempo que demorou para coar o café e colocar o pão, uma faca, a manteiga, o queijo e dois pratos na mesa foi o mesmo tempo que Lucas, seu filho de 11 anos, levou para se levantar e ficar pronto para o colégio. Todas as manhãs eram assim. Ela batia na porta, preparava o café da manhã e ele chegava na cozinha já pronto, de mochila nas costas. O pai de Lucas não estava
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Insustentável
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q pira hein pedrinho!
ResponderExcluirporra .. o q uma espinha amarela no meio da testa nao faz hein
ahhahuahauahuha
eh nois .. bons textos
abraço
O meu luquinhas participa da história haha coincidência
ResponderExcluirboa crônica.. continue assim
Muito bom.. deu vontade de continuar lendo e saber o resto :)
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